quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A Educação em Busca da Igualdade Social



            O mundo acompanha, desde o final da Idade Média , com a gênese do sistema capitalista até os dias atuais, a expansão da um problema alarmante: a desigualdade social.
            Dia após dia, nos deparamos com situações que explicitam enormes problemas sociais, e muitas vezes agimos como cidadãos inertes, que não param ao menos para refletir a respeito. Assim analisa o sociólogo polonês Zygmount Baumer, escritor de Modernidade Líquida, obra em que analisa a forma indiferente e efêmera com que o ser humano intermede com o mundo. 
O ser humano tornou-se habituado e pior, indiferente, com tudo que se passa ao seu redor, desde a desigualdade social, a corrupção e a violência até a fome crônica enfrentada em muitos países, ainda nos dias atuais. O pensamento coletivo perdeu seu lugar para o consumismo e o individualismo, e o verbo “ter” tornou-se mais valorizado do que “ser”.  
      É necessário que o sistema educacional possua mais recursos voltados para o âmbito do construtivismo e da causa social. Educando com uma ética assistencialista, cria-se um cidadão pronto para buscar não apenas o que lhe convém, mas também o que a sociedade necessita, e principalmente, o que os menos providos necessitam. Assim, é possível obter  uma sociedade cada vez menos propícia às desigualdades sociais e mais direcionada à melhores caminhos, principalmente no âmbito social. 

domingo, 3 de abril de 2011

História do Brasil - Capítulo I - As origens da presença européia no Brasil

As transformações europeias na Baixa Idade Média 

A Crise do Feudalismo


Vários são os fatores e as possibilidades de explicação para a crise do feudalismo. Antes de mais nada, é preciso conhecer esse modo de produção.
Entende-se por Feudalismo um conjunto de características sociais, econômicas, políticas e culturais que predominou na Europa ao longo de toda a Idade Média. Entre essas características, há predominância de uma economia agrária, voltada fundamentalmente para a subsistência, a qual buscava a autossuficiência de unidades de produção designadas por feudos. Tais unidade encontravam-se nas mãos dos nobres, os quais impunham uma autoridade quase ilimitada sobre a terra. Havia a submissão dos servos aos senhores de terra, e o Clero, poder religioso.
A Crise Feudal se iniciou com o esgotamento das terras produtivas, em um cenário de ampliação da população. A produção agrícola não respondia às exigências das cidades em crescimento.A desnutrição e as más condições de higiene propiciaram a ocorrência de sucessivos surtos epidêmicos, dos quais o mais desastroso foi a chamada peste Negra, entre 1347 e 1350.
Paralelamente à fome e à peste, a sociedade feudal do século XIV conheceu um grande número de guerras e revoltas. A mais importante delas foi a Guerra dos Cem Anos, entre França e Inglaterra.
Pro fim, um fator fundamental para a quebra das estruturas do sistema feudal foi a longa série de rebeliões dos servos contra os senhores feudais. Ainda que momentaneamente derrotados, os levantes dos servos foram tornando inviável a manutenção das relações de servidão. A partir do século XIV, com mais rapidez em algumas regiões e menor em outras, as obrigações feudais foram se extinguindo.



A Formação do Reino de Portugal

-> A Formação de Portugal está diretamente vinculada com as Guerras de Reconquista, lutas da população cristã contra o domínio árabe.
Um nobre de origem francesa, chamado Henrique de Borgonha, recebeu das mãos do rei de Leão, Afonso VI, o comando do Condado Portucalense, origem do reino de Portugal. 
Por volta de 1128, após a morte de Henrique de Borgonha, o rei de Aragão quer a retomada do feudo. Surge aí o rompimento entre os reinos ibéricos e o Condado (Portugal).
Começa a formação da identidade portuguesa, a aversão ao espanhol. Surge a necessidade de conquistar territórios (Reconquista). 
              Portugal segue a luta contra os mouros, que segue até a conquista de Algarves. A segunda característica da identidade portuguesa surge: o catolicismo. 
Nesse período, passa a surgir o Renascimento Comercial e Urbano: recrudescimento das práticas comerciais, acompanhado do processo de desagregação da ordem feudal. 
Com o revigoramento do comércio, surgem as rotas comerciais e as feiras, dando origem a novas cidades (burgos, onde se desenvolve a nova camada social: a burguesia.)
Portugal é um entreposto comercial (na cidade do Porto) na rota Itália-Flandres. 
           Passa a haver o desenvolvimento da navegação e a conquista das primeiras ilhas. Começa a produção de sal e peixe (bacalhau).
           A terceira identidade é a relação com o mar e a navegação.

"Ó mar salgado, quanto de teu sal são lágrimas de portugal!
Por te cruzarem, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar,
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena (...)"

Fernando Pessoa - Poema que faz referência a obra "Os Lusíadas" de Luís de Camões (Classicismo)

Surge a burguesia ligada ao comércio. Começa em Portugal o conflito entre a nobreza (que detinha o poder político, ligada ao meio rural) e a burguesia (urbana, detestora do poder econômico).


Revolução de Avis

A nobreza portuguesa apoia o rei de Castela. A burguesia apoia o filho ilegitimo do rei, o mestre de Avis.
A burguesia busca apoio popular para a Revolução de Avis. Entre 1383 e 85 ocorrem os conflitos. A burguesia vence, colocando o mestre de Avis no poder. É o início da dinastia de Avis, o Estado passa a atender aos interesses da burguesia. 

A Revoução de Avis significou, na prática, a aproximação entre a monarquia portuguesa e o grupo mercantil, o qual passa a ter direta participação nos interesses do Estado.


Incomodados com o monopólio Italiano do comércio com o oriente, surge a ideia do Périplo Africano (dar a volta na África para chegar ao oriente)
Em 1415, a tomada de Ceuta no norte da África (importante entreposto comercial, que era de domínio muçulmano) marca o início da expansão marítima portuguesa.
O Domínio português na África é feito através de feitorias (monopólio comercial). 

Desenvolve-se a Escola de Sagres (discussões sobre assuntos náuticos). Portugal adquire dos árabes a habilidade de fazer mapas, além dos navegadores.

Em 1488 chegam à cidade do Cabo (Cabo das Tormentas ou da Esperança). Bartolomeu Dias passa pelo Cabo.

Em 1498, chegam em Goa nas Índias por Vasco da Gama. É inspiração para o episódio épico "Os Lusíadas" de Luis de Camões.


Expedição de Cabral (1500)

Em 1499, os Portugueses chegam a foz do Rio Amazonas. Em 1500, Cabral chega em 3 naus para garantir o "Uti Posseditis" (O termo foi utilizado historicamente para legitimar as conquistas territoriais).

Pero Vaz de Caminha em sua carta fala da produtividade (exuberância) do Brasil, processo de edenização (paraíso - estar exaltando a beleza)


Período Pré Colonial (1500 - 1530(49)

O Principal objetivo dos portugueses era garantir o domínio da terra. Entre 1493/94 o Papa publica a Bula Intercoetna, recusada pelos portugueses. Esta propõe o Tratado de Tordesilhas, que desfavorecia à Portugal. 

-> Exploração em busca de riquezas: encontram o pau-brasil, que é explorado com forma de concessão para portugueses e franceses. O trabalho é realizado por indígenas, pela forma de Escambo.

Nota: Escambo é diferente de Escravidão. Escando é a troca de trabalho por produtos. 

Estabelece-se as Capitanias Hereditárias. 


Capitanias Hereditárias

Estabelecidas em 1530 para garantir o domínio sobre a América Portuguesa e a exploração econômica pela iniciativa privada. 

As capitanias foram estabelecidas no litoral, tendo destaque em São Vicente e Pernambuco.

Pernambuco possuia um clima privilegiado, podendo ter até duas safras ao ano, além da qualidade do solo (Massapê). O investimento também foi essencial já que a produção de açucar era custosa.
São Vicente não é tão privilegiada: apenas uma produção ao ano e solo inadequado.

-> Motivos para o insucesso das capitanias hereditárias:

- Falta de recursos: 
- Falta de investimentos estatais
- Logistica (Muito distante de portugal)
- Invasões estrangeiras




Instalação do Governo Geral


Salvador (Bahia) se torna a sede da representação lusa na América Portuguesa. Tomé de Sousa, responsável pela construção da sede. Forma-se o primeiro bispado (território sujeito a autoridade do bispo)


Invasores: holandeses, ingleses e franceses.


Os ingleses eram corsários, vinham apenas para saquear. Os franceses vinham em busca do pau-brasil (tingimento). Nesse momento, na Europa há um cenário de Reforma e Contra reforma. Na França existe um grupo protestando chamado huguenotes, que se estabelecem na Baia da Guanabara (RJ) e no Maranhão (São Luis).
Estabelecem uma relação econômica com os Tamoios (pau-brasil). NÃO há escravidão (relação de troca, mas não é escambo) - há uma aproximação entre tamoios e franceses.


Confederação dos Tamoios


Conflito contra os invasores:


Portugueses  X Franceses e Tamoios.


Vitória portuguesa, expulsão dos franceses e escravidão dos tamoios pelo conceito da Guerra Justa.


- Ciclo do Açucar (Sec. XVI e XVII)


O açucar era um produto valorizado na Europa (Portugal buscava uma balança comercial favorável). Não haviam riquezas que justificassem a ocupação portuguesa no Brasil. O Açucar consolida a ocupação. 


A organização do mundo colonial ocorre no Engenho. A Mão-de-obra é escrava e livre. Os escravos são índios um novo elemento, o escravo africano. 




Brasil Holandês


Em 1578 o rei português Dom Sebastião morre na batalha contra os Mouros. Assume seu tio, um Cardeal que não possuia descendentes, que ao morrer provoca uma Crise Sucessória. 


Há a União Ibérica: O Sucessor é o Rei Espanhol, Felipe II (Dois reinos sobre o comando de um mesmo rei)


Os Holandeses tem interesse no açucar . Lembrando que a Holanda e a Espanha são inimigas. 


O Rei espanhol proibe o comércio com a Holanda. Os holandeses então decidem invadir a América Portuguesa.


A primeira tentativa ocorre em Salvador (capital) e é fracassada. A segunda tentativa ocorre em Pernambuco (Olinda) e é bem sucedida graças ao apoio dos senhores de engenho, estabelecendo o Brasil Holandês em Pernambuco, principal pólo produtor de açucar no Brasil. 


A Administração é feita pela Cia das Indias Ocidentais (Comércio).


Trouxeram vários investimentos, como arquitetos, artistas e naturalistas. 


O mais importante administrador foi Maurício de Nassau, período de crescimento econômico na Europa. 


A Espanha passa por uma diminuição da oferta de metais, gerando uma crise europeia. 


Consequentemente, há a diminuição dos investimentos holandeses em Pernambuco. Em 1640 Portugal se livra da União Ibérica.


Cria-se entre os pernambucanos o ideal de voltar a ser colônia portuguesa (ainda não existia o ideal de liberdade)


Os próprios pernambucanos lutam para voltar a ser colônia de Portugal, e vencem. 


Com a derrota, a Holanda estabelece a colonização das Antilhas, concorrendo com o açucar luso-americano.


Há declínio do açúcar português ao mesmo tempo que na Europa ocorre uma grave crise econômica. 


É um período de decadência lusa, em que necessitam de capital inglês. O Maranhão passa a produzir algodão (Ingleterra -> tecidos).




Rebelião Nativista: A Revolta dos Beckman no Maranhão.


Havia falta de escravos para a lavoura e falta de produtos europeus. Os escravos eram africanos ou indígenas. Os Maranhenses expulsam os Jesuítas, que eram contra a escravidão dos indígenas. 


A solução do reino é criar uma Companhia de Comércio (mais ou menos parecida com a Cia das Índias Ocidentais), que buscasse escravos regularmente e produtos de qualidade mais baratos. Desta vez, os revoltosos são punidos com a pena de morte. 


Não dá certo. Há uma revolta contra a Companhia



Sobre "O Auto da Barca do Inferno"

1) Por que é correto dizer que o Fidalgo é uma personagem alegórica?
Pode-se dizer que o Fidalgo é uma personagem alegórica pois não representa um fidalgo específico, mas qualquer nobre que seja tirano e cometa outros pecados, como a luxúria e a vaidade. Assim como seu pai, o Fidalgo é condenado ao inferno, representando assim toda uma linhagem nobre e tirana de Portugal.

2) Qual a razão do Anjo para recusar entrada ao Fidalgo?
O Anjo recusa a entrada de Fidalgo à Barca da Glória com a justificativa de que não há espaço para seu manto e sua cadeira. Ambos elementos representam a nobreza tirana, cometedora de pecados e exploração dos pobres.

3) Por que o Diabo trata o Onzeneiro como "meu parente" ?
O Diabo trata o Onzeneiro como seu parente devido ao fato de ambos serem praticantes da ganância e por enganarem as pessoas. Além disso, o Onzeneiro é praticante da usúria, proibida pela Igreja e sendo, portanto, um pecado.

4) Que representa o Parvo, do ponto de vista social?
O Parvo é um bobo, representa o povo simples. Apesar da linguagem chula, ele vai para a barca da glória, pois tem a virtude da inocência, assim como no "Sermão da Montanha" (Novo testamento), os tolos ganham o reino dos céus.

5) Em que a representação do Judeu, no Auto da Barca do Inferno, revela a presença de preconceitos da época?
O Judeu é recusado nas duas barcas por não seguir ao cristianismo, não podendo ser julgado da mesma maneira que os demais. Além disso, é acusado pelo Parvo de desrespeitar a fé cristã.
A questão do Judeu na obra vincentina reflete o período da Inquisição, em que os judeus eram perseguidos. O personagem Judeu é forçado a ser acorrentado à barca do inferno, visto que fora recusado até mesmo pelo Diabo.

6) Faça uma análise da obra através dos personagens e suas insígneas. O que representam o que eles carregam?
A obra toda é uma grande alegoria que critica a posição das pessoas em relação a Igreja Católica. Seus personagens carregam características particulares: o Fidalgo traz consigo a cadeira e o manto, símbolos da nobreza tirana e que explorava aos mais pobres. O Onzeneiro carrega o saco de dinheiro vazio, representando sua avareza e ganância. Logo em seguida, somos apresentados ao Sapateiro, que traz com ele as formas de sapato com as quais enganava as pessoas. O Parvo não leva nada, e quando perguntam-no quem é ele, este afirma não ser ninguém, simbolizando a humildade. O Frade carrega uma espada, um escudo e um capacete, além de vir com sua mulher. Isso representa sua paixão pela vida e pelo esporte, além do falso moralismo religioso. Brízida Vaz  traz seiscentos hímens postiços, representando a desmoralização da mulher e a falsidade, por enganar as pessoas. O Judeu vem com o bode, que representa o judaísmo. O personagem mostra-se desrespeitoso com a fé católica. O Corregedor e o Procurador vem com documentos, representando à corrupção das leis e a burocracia. O Enforcado representa o ladrão tolo, que foi manipulado. Ele traz a corda com que tentou se livrar de seus pecados, suicidando. Surgem, por último, quatro cavaleiros das Cruzadas, que vem cantando hinos cristãos e são aceitos imediatamente à Barca da Glória, por serem expansionistas da fé cristã.

terça-feira, 22 de março de 2011

História - Frente 2

Segundo Império Babilônico

Seu principal e primeiro imperador foi Nabucodonosor.
A capital do império era a Babilônia.
O povo edificador era os caldeus.
Nabucodonosor foi o responsável pela criação dos Jardins Suspensos da Babilônia, posteriormente considerados uma das sete maravilhas da humanidade. Foi o invasor do reino de Judá, onde aprisionou seus habitantes (hebreus), transferindo-os como escravos para seu império (Episódio bíblico conhecido como Cativeiro da Babilônia)

Posteriormente, Ciro I, imperador persa, invade o império caldeu, mata Nabucodonosor e liberta os hebreus. Anexa a Mesopotâmia a parte de seu império.



Egito

"...o egito é uma dádiva do Nilo"
                                               Heródoto

Em +- 3200 a.C , ocorre a última guerra de unificação entre os impérios do Alto Nilo e do Baixo Nilo. Seu rei, Menés, tornou-se o primeiro faraó.

Lembrando que faraó, além de imperador, era também tido como Deus na terra.

Estrutura Social Egípcia

1) Nobreza: família do faraó

2) Clero: membros religiosos, cuja função era pregar que o faraó era o Deus na terra e suas leis. Eram muito corruptos, muitas vezes manipulando o faraó de acordo com seus interesses.

3) Funcionários Públicos: membros de cargos diversos. Entre eles, o Escrita (aquele que escreve). Também corruptos.
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. Abismo Social
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4) Camponeses: os que plantavam.



Modo de Produção Asiático: estado teocrático, regadiu e de servidão coletiva.

Antigo Império:

Período da construção das pirâmides da região de Guizé: Quéops, Quefrém e Miquerinos (nomes de faraó)
-> A pirâmide era túmulo para o faraó.


Médio Império Egípcio

A capital era Túnis, que depois virou Menphis, que depois torna-se Tebas.

Obs: NÃO CONFUNDIR TEBAS NO EGITO COM TEBAS NA GRÉCIA, SÃO CIDADES DIFERENTES.

Por volta de 1750 a.C, o Egito conhece a imigração dos hebreus e a invasão dos hicsos (Episódio Bíblico)

Em 1580, os Egípcios, usando armas dos invasores (hicsos), aprendem técnicas de fundir ferro e criar armas, cavalos p/  guerra e etc. Com essas técnicas, conseguem recuperar seu império, fundando o Novo Império.


Novo Império Egípcio

Período mais militarizado do Egito Antigo (CONTINUA)

quinta-feira, 10 de março de 2011

Análise: Auto da Barca do Inferno - Gil Vicente

Antes de mais nada, "auto" é uma designação genérica para peças de teatro, que inicialmente eram de caráter religioso ; depois, tornou-se popular.

Gil vicente é considerado o primeiro dramaturgo português.
Ao contrário do que muitos pensam, Gil Vicente não criticava as instituições, mas as atitudes das pessoas perante as instituições. Há exemplo tem-se a Farsa de Inês Pereira, crítica ao casamento por interesse (social, econômico,etc) e o Auto da Barca do Inferno, sátira social, com finalidade de moralizar e difundir a fé cristã.
Gil Vicente criticava a todas as classes sociais.


O "Auto da Barca do Inferno" (c. 1517) representa o juízo final católico de forma satírica e com forte apelo moral. 


O cenário é uma espécie de porto, onde se encontram duas barcas: uma com destino ao inferno, comandada pelo diabo, e a outra, com destino ao paraíso, comandada por um anjo.


Personagens:


- Fidalgo
Representa a nobreza. É condenado ao inferno por seus pecados de luxúria e tirania. Este, arrogante, julga-se merecedor do paraíso, pois deixou muita gente rezando por ele. Recusado pelo anjo, caminha frustrado para a barca do Inferno, pedindo ao Diabo a ultima chance de ver sua amada, que "sente muito a sua falta". O Diabo destrói seu argumento alegando que esta o enganava.


- Onzeneiro 
Agiota, é condenado ao inferno por ganância e avareza (Apego sórdido ao dinheiro para o acumular).


- Joane
Parvo (tolo, ingênuo) tenta ser convencido pelo Diabo a ir á barca do inferno. Quando este descobre para aonde querem levâ-lo, dirige-se ao Anjo, que o aceita em sua barca por considera-lo ingênuo e humilde. 


- Sapateiro
Condenado pelo Anjo como alguém que roubou ao povo, o Sapateiro passou a vida enganando as pessoas, tenta inclusive enganar ao Diabo. 


-  Frade
O Frade chega com sua amante. Sente-se ofendido ao ser convidado pelo Diabo a ir à barca do inferno, visto que é um representante religioso, crendo que merece perdão. Foi condenado ao inferno por falso moralismo religioso. 


- Brízida Vaz
Alcoviteira (que explora prostitutas) é condenada por feitiçaria e pela prostituição


-  Judeu 
Encaminha-se direto ao Diabo, que se recusa a levá-lo. O Judeu tenta então falar com o Anjo, que o rejeita por não praticar ao Cristianismo. Por fim, o Diabo aceita levar o Judeu e seu bode, mas não dentro de sua barca, e sim rebocados.
Tal trecho faz-nos pensar em preconceito antissemita do autor, porém, para entendermos por que Gil Vicente deu tal tratamento a esse personagem, precisamos contextualizar a época em que o auto foi escrito. Durante o reinado de dom Manuel, de 1495-1521, muitos judeus foram expulsos de Portugal, e os que ficaram, tiveram que se converter ao cristianismo, sendo perseguidos e chamados de "cristãos novos". Ou seja, Gil Vicente segue, nesta obra, o espírito da época.


- Corregedor e um Promotor
Representantes do judiciário. São condenados à barca do inferno por manipularem a justiça em benefício próprio. OBS: Ambos conhecem Brízida Vaz, o que nos faz deduzir que trocaram serviços com a alcoviteira.


- Enforcado
Condenado a ir para o inferno por corrupção.


- Cavaleiros 
Quatro cavaleiros que morreram durante a luta nas cruzadas, bem aceitos na barca do anjo.


Em vermelho: Personagens que seguiram para a barca do inferno
Em Azul: personagens que seguiram para a barca da glória (céu)
Em preto: personagem que não seguiu para nenhuma das barcas

quarta-feira, 9 de março de 2011

"Crash - No Limite"- Entrega em 10/03/11

                Redação elaborada a partir do filme "Crash - No Limite", tendo como foco temático o preconceito racial, o individualismo, a pressão externa e interna enfrentada diariamente e a globalização.             

 A duração da pessoa – “Crash – No limite”
         Questionador, o filme “Crash” mostra até que ponto somos capazes de suportar as situações limite de nosso dia-a-dia, a pressão que nos cerca em todo lugar: em nossas casas, no trabalho, no trânsito ou com a família.                                                                                                                                                                                   Independente de cor, idade ou classe social, todos os personagens do filme se deparam com inúmeros problemas que os colocam no limite da tolerância. É o caso da personagem Jean, interpretada por Sandra Bullock. Jean é uma mulher linda, inteligente, casada, possuidora de uma casa e um carro maravilhosos, aparentemente possuidora de uma vida perfeita. Ela tinha tudo, e ao mesmo tempo, não tinha nada. Extremamente infeliz, Jean se questiona sobre a tristeza sem explicação que a cerca todos os dias. A partir do roubo de seu carro, se desenrola uma história que envolve inúmeros personagens aparamente independentes entre si, mas que no final, se interligam.                                                                                                                      É mostrado no filme questões sobre o racismo explícito contra os negros e como estes fazem para conviver sob essas condições. É o caso do personagem Cameron, diretor de cinema negro e bem sucedido, que  finge ser budista para não ser exposto a sua origem afro-descendente.                                                                                             Outro ponto interessante do filme é a cena em que um rapaz mexicano, que trabalha como chaveiro, é contratado por um Persa para concertar a porta de sua loja. Ao perceber que a porta não tem concerto, o Chaveiro se dirige ao Persa e explica a situação, sugerindo-lhe uma nova porta. Completamente descontrolado, o personagem Persa começa a gritar e se desesperar, inconformado com a situação.                                                          “Crash” pode ser interpretado além do preconceito. No filme, vê-se uma sociedade individualista, cercada pelo stress do dia-a-dia, em que uma discussão é o suficiente para desencadear uma explosão emocional. Embora exponha um mundo de conflitos, “Crash” mostra que algumas situações-limite podem dar início á transformação das pessoas, para que um dia nos tornemos seres humanos melhores. 

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Tema: O indivíduo frente á ética nacional (Enem 2009) - 24/02/11

     Após anos, décadas, séculos de lutas e revoltas, desde o tempo da colonização portuguesa até os dias atuais, finalmente alcançamos a glória de viver em uma República Democrática, o nosso Brasil.
     Junto dessa liberdade veio também a responsabilidade de nós, cidadãos, escolhermos os governantes de nossas cidades, estados e do país. Todavia, alguns cidadãos não sabem usufruir de tal liberdade, preferem votar em um "nariz de palhaço" e passar quatro anos reclamando da decadência do ensino público, da má infra-estrutura dos hospitais e da corrupção no meio político.
     Como disse C. Callagus, no artigo "A armadilha da corrupção", a integridade de nossos eleitores é confirmada ao dizerem "Eles são TODOS corruptos".
    Buscar por governantes que não sejam corruptos implica em corrigir a corrupção dentro de nós mesmos, escolhendo sabiamente aqueles que nos representarão, construindo assim a ética nacional através de cidadãos comuns, que serão a base de todo o resto.